PRO-IDEAL: visita aos estúdios do CTR-ECA-USP

PRO-IDEAL: visita aos estúdios do CTR-ECA-USP

O PRO-IDEAL (consórcio que integra Brasil, Argentina, Chile e Uruguai) foi lançado oficialmente no Brasil com a “I Conferência e Oficinas do Consórcio PRO-IDEAL – Promoção do Diálogo sobre Tecnologias de Informação e Comunicação entre Europa e América Latina), nos dias 6 e 7 de abril de 2009, na Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP, reunindo e integrando participantes da Academia, de empresas e de órgãos públicos.

O evento abriu acesso a uma rede de especialistas que a partir de agora atenderão os interessados na formulação de projetos focados no desenvolvimento de indivíduos e comunidades, sempre a partir de uma perspectiva européia que até 2011 publicará vários editais voltados à inovação  em aspectos tecnológicos, culturais e de conhecimento.

Presencialmente ou via WEB, os participantes foram apresentados aos procedimentos e diretrizes que orientam o acesso aos fundos europeus de pesquisa, desenvolvimento e inovação no campo das tecnologias de informação e comunicação.

Professores Carlos R. Azzoni e Gilson Schwartz na Solenidade de Abertura da I Conferência e Oficinas do PRO-IDEAL no Brasil

Professores Carlos R. Azzoni e Gilson Schwartz na Solenidade de Abertura da I Conferência e Oficinas do PRO-IDEAL no Brasil

São recursos significativos (9 bilhões de euros), especialmente em um momento em que a palavra de ordem é crise. O núcleo da plataforma de relacionamento do PRO-IDEAL é voltado para a constituição de parcerias entre as universidades, as empresas e as instituições, tanto governamentais quanto da sociedade civil, com apoio do European Multimeida Forum (EMF) e da empresa espanhola Inmark, coordenadora do consórcio.

Mas não se tratava de um evento meramente técnico. Na medida em que os expositores iam apresentando regras e possibilidades, ficou evidente que se trata de um desafio que vai muito além do “obter financiamento para um projeto”.

Klaus Pendl, representante da Comissão Européia presente ao evento, sublinhou a importância da coordenação de um projeto, assim como da equipe envolvida. A “receita” é promover a diversidade: parceiros experientes e fortes  são necessários, como a USP, mas a participação de instituições ou grupos de menor exposição e mesmo de idéias individuais são cruciais para a efetividade deste processo de pesquisa, desenvolvimento e inovação.

Essa diversidade coordenada com alta capacidade para fazer avançar o conhecimento em todas as áreas além do estado da arte, projetando implicações práticas efetivas para o desenvolvimento humano, é viável apenas na medida em que as pessoas sejam capazes de formular e implementar soluções de fato inovadoras, que traduzam a pesquisa em melhorias para a economia, a sociedade e a cultura.  Essa inovação de alto impacto exige também um forte envolvimento e muita disposição para aprender, ensinar, trocar experiências e olhares, pois os consórcios patrocinados pela União Européia têm como marca registrada a formação de redes internacionais de cooperação em cada modalidade de projeto.

Através de uma ação consistente e integrada, cada identidade local ou nacional se fortalece, adotando uma postura, não mais naïve e quixotesca ou sectária, de luta por poder, mas integradora dos diversos saberes, recursos e necessidades, articulados em favor de um impacto no mundo real.

Phillipe Wacker, do European Multimedia Forum, mostrou que é necessário ter clareza de objetivos, método, disciplina. Yolanda Ursa, Coordenadora Geral do Consórcio pela Inmark e Margaretha Mazzura (também do EMF) destacaram o quanto se deve estar atento à identificar metas, organizar processos e comunicar os propósitos de maneira alinhada entre os participantes de um consório de sucesso na “Framework Program 7” da União Européia.

No segundo dia do encontro os participantes foram convidados a um passeio pelas instalações do Departamento de Cinema, Rádio e TV, pela FEA e  pelos laboratórios de mídia digital da Poli. Como apontou Gilson Schwartz, Coordenador do PRO-IDEAL no Brasil e professor de Iconomia na USP, foi um momento ritualístico desta esperada integração: a tecnologia e a economia alinhadas a um processo sustentado por conteúdo de valor.

Em meio à crise, deu-se relevo ao resgate do sonho, para realizá-lo a partir de uma perspectiva não da mágica proporcionada por um recurso financeiro que por si só faria acontecer, mas da visão de um passo a passo de transformação destes recursos em ações, conhecimento e inovação tecnológica  com resultados que façam sentido local e global.

A competição pelos recursos é elevadíssima, porém os retornos podem ser significativos, na medida em que as empresas e organizações envolvidas constróem desse modo uma inserção saudável na globalização do conhecimento. Muita inspiração e a necessária transpiração confirmam que um projeto não cai do céu; mas pode levar muitas pessoas para lá!

Thais Barros

Mestranda na ECA-USP.

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