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capa_peq.GIFUtópico ou não, Brecht pedia claramente que o rádio deixasse de ser uma questão apenas de oferta e passasse a organizar os ouvintes como produtores, ofertantes. Este é o espírito desta obra, encomendada pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), como parte das pesquisas orientadoras do Programa Casa Brasil, desenvolvidas pela Cidade do Conhecimento da USP e pelo Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais e Tecnológicos (IPSO) em parceria com empresas, pessoas, ONGs e outras instituições de pesquisa.

Por uma audiocidadania digital

Gilson Schwartz

“(…) é preciso transformar o rádio, convertê-lo de aparelho de distribuição em aparelho de comunicação. O rádio seria o mais fabuloso meio de comunicação imaginável na vida pública, um fantástico sistema de canalização. Isto é, seria se não somente fosse capaz de emitir, como também de receber; portanto, se conseguisse não apenas se fazer escutar pelo ouvinte, mas também pôr-se em comunicação com ele. A radiodifusão deveria, conseqüentemente, afastar-se dos que a abastecem e constituir os radiouvintes como abastecedores. Portanto, todos os esforços da radiodifusão em realmente conferir, aos assuntos públicos, o caráter de coisa pública são totalmente positivos”.     Bertold Brecht, 1926, Teoria do Rádio

Muitas ondas se propagaram entre 1926 e 2006. Oitenta anos depois, o rádio não apenas se reinventa como em alguns momentos parece cumprir aos poucos e cada vez mais a utopia democratizante insistentemente cobrada por Brecht, sobretudo em sua “reencarnação” sobre o suporte de tecnologias digitais.

Utópico ou não, Brecht pedia claramente que o rádio deixasse de ser uma questão apenas de oferta e passasse a organizar os ouvintes como produtores, ofertantes.

Este é o espírito desta obra, encomendada pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), como parte das pesquisas orientadoras do Programa Casa Brasil, desenvolvidas pela Cidade do Conhecimento da USP e pelo Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais e Tecnológicos (IPSO) em parceria com empresas, pessoas, ONGs e outras instituições de pesquisa.

Além de orientações práticas e ferramentas para usar em telecentros, infocentros e outros espaços de emancipação digital, este CD pode ser ouvido. É um primeiro passo na construção de uma “audiocidadania”, cidades de áudio voltadas para a construção de um conhecimento coletivo que se mobiliza para a transformação do mundo e o desenvolvimento humano. Versão BETA, esperamos que uma primeira edição cumpra o papel criativo de forjar uma comunidade que, aos poucos, dê a essa ferramenta as feições mais adequadas às necessidades de cada local e projeto.

Num momento em que a sociedade brasileira se debate (mais que propriamente debate) no fenômeno da “convergência digital”, essa obra coletiva e de orientação prática contribui para a formação indispensável de ouvintes, produtores e gestores de mídias digitais em projetos sociais, culturais, de desenvolvimento local e de emancipação política. Uma outra mídia é possível.

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