midia.JPGThiago Romero – Agência FAPESP

Agência FAPESP – Com base no princípio da inovação tecnológica para a inclusão digital, a Cidade do Conhecimento, do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP), chega ao seu quinto ano de funcionamento. Para comemorar a data será realizado um evento na capital paulista, nos dias 29 e 30 de agosto.

Uma das atrações do encontro será a apresentação dos resultados de um novo modelo de geração de renda desenvolvido em comunidades regionais. Treinadas para a produção de conteúdos voltados para o mercado de telefones celulares, as comunidades desenvolvem produtos tecnológicos como fundos de tela (wallpapers) e toques de campainha (ringtones).

“Esse é um marco da inovação brasileira que insere pequenos produtores locais de conteúdos multimídias no mercado digital”, disse Gilson Schwartz, criador e diretor da Cidade do Conhecimento, a Agência FAPESP. “Isso oferece maior dinamismo a esses produtores, que passam a depender menos de recursos oriundos de programas de inclusão digital do governo. Suas inovações tecnológicas migram diretamente para o setor privado.”

Segundo ele, alguns conteúdos digitais já estão disponíveis em operadoras do país e lançamentos no mercado de telefonia móvel da União Européia estão programados para ocorrer até o fim do ano. “O mais importante é que parte da receita da venda de conte�dos retorna para a comunidade local. Ao comprar e baixar um fundo de tela, o cidadão contribui para a sustentabilidade do projeto”, conta Schwartz.

Três catálogos de conteúdos para celulares foram criados em pontos distintos do país. A Rede Pipa Sabe, um telecentro construído na praia de Pipa, no Rio Grande do Norte, foi a primeira iniciativa do projeto. Com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), os moradores locais tiveram oficinas de mídias digitais e produziram uma série exclusiva de ringtones e wallpapers.

O segundo está na aldeia indígena Xavantes São Pedro, no Mato Grosso, que também se associou ao projeto da USP e teve seus cantos e imagens colocados no mercado de telefonia móvel.

Outros conteúdos vieram da iniciativa social “Navegar Amazônia”, no Pará, coordenado pelo cineasta Jorge Bodanzky. “Trata-se de um telecentro instalado em um barco que visita diversas comunidades captando os mais diversos sons e imagens para celulares”, explica Schwartz.

Um documentário sobre “Navegar Amazônia” será lançado no evento de aniversário da Cidade do Conhecimento e uma versão para download gratuito do vídeo estará disponível em breve no site da instituição.

Mais informações: www.cidade.usp.br/blog.