De acordo com a enciclopédia virtual Wikipedia, Inclusão Digital (ID) é a universalização do acesso aos meios, ferramentas, conteúdos e saberes da Sociedade da Informação e Comunicação, através das Tecnologias da Informação e Comunicação”. Atualmente, grande parte das iniciativas executadas no país buscam promover a ID apoiadas neste conceito, tendo como foco principal a universalização dos serviços e formação para a cidadania. Este é o caso de telecentros, infocentros e outras iniciativas que disponibilizam, gratuitamente, ambientes onde os alunos encontram computadores conectados à Internet e monitores treinados para proporcionar uma formação básica na utilização destas ferramentas. Durante a década de 1990 e início da década de 2000, este conteúdo parecia o mais adequado, suprindo parte das carências apresentadas pelos alunos e cidadãos.

Desde a sua fundação em 2001 o projeto “Cidade do Conhecimento” tem feito a crítica a esses modelos de inclusão digital que focam exclusiva ou excessivamente no desafio do acesso, sublinhando a importância do novo paradigma de “Economia da Informação” e não apenas de acesso à sociedade da informação. Em 2005, as pesquisas e projetos-piloto conduziram a Cidade do Conhecimento ao conceito de “Emancipação Digital”, em oposição às noções mais comezinhas de “inclusão” excessivamente focadas na questão do acesso. No quadro referencial da economia da informação, a emancipação corresponde à pesquisa, desenvolvimento e inovação nos modelos de produção, compartilhamento e distribuição de conhecimentos aplicados à solução de problemas.

Neste modelo, capaz de organizar a produção e a demanda por bens e serviços produzidos digitalmente pelas comunidades atendidas por programas de inclusão digital, as populações menos favorecidas passam a ter não apenas acesso, mas os meios de conhecimento (software, hardware e conhecimento) para o controle dos processos produtivos de conteúdo digital (os meios de produção de valor na sociedade do conhecimento, do entretenimento e das artes audiovisuais). Neste contexto, os cidadãos conseguem emancipar-se, ou seja, agir individual e coletivamente em função de projetos de desenvolvimento humano.