Por Tamara V. Katzenstein (*)

O Ministério da Cultura realizou na quinta-feira (14), na FUNARTE em São Paulo, a terceira edição dos Encontros Rumo à Cidadania Cultural. A reunião teve como objetivo apresentar propostas e, em conjunto com a sociedade, refletir sobre os novos caminhos para as políticas públicas no campo da cidadania e da diversidade cultural.

Dentre os assuntos pontuados por Marta Porto, (indicada para assumir a Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural – em processo de criação), destaca-se a importância da educação e da cidadania cultural como âncoras das novas políticas do Ministério.

Sua preocupação não é só a inclusão, mas colocar em primeiro plano a lógica dos que não sabem fazer demandas e de quem ainda não produz. Isso significa que ela se preocupa em fazer a ponte com o tão diagnosticada fenda entre a cultura e a educação, requisito para discutir em que direção queremos caminhar. Visa processos de intercâmbio, colaboração, cooperação (inclusive internacional), promover conexões, consolidando nossas matrizes culturais.

Alguns tópicos no alto da lista de prioridades de Marta Porto:

– A consolidação de processos educativos, mapeando em primeiro lugar o “Setor educativo” dos Museus brasileiros, para promover o desenvolvimento de crianças e adolescentes no campo da cultura.

– O que mestre indígenas e griôs teem a nos ensinar e o que os pontos de cultura teem a nos dizer.

– Consolidar o senso de justiça, não só apoiando projetos, mas consolidado políticas.

– Preocupação com os altíssimos índices de violência doméstica, mortes por armas de fogo e mortes no trânsito: o que a cultura pode fazer disputando o imaginário, para conseguir re-inventar esse país.

– Preocupação com a infância, a juventude, as mulheres e as diversidades.

– Percorrendo os caminhos da diversidade, ela está procurando micro-territórios a serem definidos, sempre mostrando uma preocupação em estar realmente próxima do cidadão e não só com as instituições.

E por fim, o arremate com sua visão da área das práticas digitais: fazer com que o conhecimento circule para fazer valer a cidadania, estabelecendo pontes e diálogo num horizonte de convergências.

Encontros pelo país

Os encontros começaram em Belo Horizonte (MG) no dia 7 de abril, seguido pelo de Salvador (BA) e São Paulo (SP), depois pega carona no Encontro Nacional de Mestres e Griôs que acontece no Rio de Janeiro (RJ).

O ciclo de encontros para discutir as políticas de cidadania e diversidade cultural chega a um termo na região Sulcom dois encontros: Florianópolis (SC), no dia 19, e Porto Alegre (RS) no dia 20 de abril.

Acompanhe a cobertura dos encontros pelos perfis de Twitter @culturaviva e @culturagovbr.

(*) Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais, CTR-ECA-USP.